Como o ambiente corporativo pode prevenir o assédio contra mulheres

 

As situações de assédio no ambiente corporativo nem sempre são percebidas pelos gestores e lideranças. Uma pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que cerca de 52% das mulheres já sofreram algum tipo de assédio no local de trabalho. No Brasil, o Ministério do Trabalho e Emprego define assédio sexual como uma abordagem não desejada pelo outro, com intenção sexual ou insistência inoportuna de alguém em posição privilegiada, que usa dessa vantagem para obter favor.

 

A vice-presidente de Desenvolvimento Humano e Inovação da ABRH-RS, Crismeri Delfino Corrêa, esclarece que a cultura da empresa pode auxiliar na prevenção do assédio. “A liderança é o veículo para administrar a cultura organizacional, bem como têm a função de criá-la. Na medida em que se identificam sinais de assédio, a empresa deve tomar providências para que fique claro que esse tipo de comportamento não é aceito pela organização”, diz.

 

No final de 2017, o Instituto Datafolha realizou uma pesquisa com 1247 brasileiras de 16 a 24 anos, que revelou que 56% das entrevistadas já sofreram assédio sexual e cerca de 15% dos casos relatados aconteceram no ambiente profissional. No entanto, nem todas se sentem à vontade para denunciar os fatos ocorridos.

 

Crismeri destaca que a empresa pode prevenir as situações de assédio inserindo em sua cultura a prática do diálogo, para que situações constrangedoras cheguem aos gestores. “Por medo de perder o emprego ou de sofrer retaliação, na medida em que a mulher vê que não é um valor da empresa, ela aceita correr o risco de exposição”, esclarece, indicando que a organização pode ter uma área, um setor ou um gestor preparado, que possa entender - e acolher - a profissional que enfrenta o assédio. “Ter um canal aberto para relatar e expor situações é muito significativo. Desta forma é possível ajudar profissionais vítimas de assédio”, diz.

 

Para evitar situações de assédio, a cartilha Assédio Sexual no Trabalho: Perguntas e Respostas, (http://portal.mpt.mp.br) organizada pelo Ministério do Trabalho, recomenda alguns cuidados, tais como: dizer, claramente, “não” ao assediador; evitar permanecer sozinha no mesmo local que o assediador; anotar, com detalhes, todas as abordagens de caráter sexual sofridas; procurar ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o fato; reunir provas, como bilhetes, e-mails, mensagens em redes sociais, presentes. A cartilha também destaca que a pessoa que sofre o assédio deve livrar-se do sentimento de culpa, uma vez que a irregularidade da conduta não depende do comportamento da vítima, mas sim do agressor.

 

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