“Mudança cultural é essencial para as empresas”, afirma José Salibi Neto no CONGREGARH 2019

 

O CONGREGARH 2019, que ocorre auditório do Centro de Eventos da PUCRS, recebeu na manhã desta terça-feira (16) José Salibi Neto, um dos maiores pensadores de gestão do Brasil. O coautor dos livros “Gestão do Amanhã”, “O novo Código da Cultura” e “Movidos por Ideias”, ministrou no CONGREGARH 2019 a palestra “O Novo Código da Cultura”. Salibi afirmou que atualmente “as empresas estão atreladas aos modelos de negócios antigos e acabam não dando certo” e defendeu que para ocorrer uma transformação digital nas companhias, é fundamental que, antes, haja uma transformação cultural.

 

Salibi esteve à frente da HSM, empresa líder em Educação Executiva, por 30 anos e, então, decidiu estudar conceitos que seriam fundamentais para os sucessos das organizações. “Só falavam em tecnologia e senti que a gestão estava sendo esquecida. E o que faz uma empresa ter sucesso é uma boa gestão. A partir deste incômodo, passei a explorar os conceitos de plataforma, liderança e leitura de cenário”, ressaltou.

 

Para ele, é necessário entender o que realmente são as plataformas de trabalho e pensar estratégias diferentes. “Hoje o modelo competitivo mudou muito. Os concorrentes vêm de todos os lugares, não só da companhia que faz algo parecido. E isso mudou completamente a maneira como estudamos estratégias”, afirmou. Para o autor, o líder é quem muda o caminho da empresa e as qualidades que um líder possuía na era “não tecnológica” não são mais suficientes, obrigando-os a desenvolver novas habilidades.

 

Por fim, Salibi afirmou que as empresas precisam ter uma leitura do cenário atual e adequar-se a elas. “As Escolas de Negócios sempre foram protagonistas para as empresas, mas atualmente esses modelos não funcionam mais. Hoje existe uma nova agenda, de pensamentos emergentes, e se as companhias não se adaptarem, elas ficarão pelo caminho”, disse.

 

Mudanças culturais

Entre estas adaptações, as mudanças culturais são essenciais. “Se não houver uma transformação cultural, as coisas não funcionarão quando houver uma transformação digital”, afirmou Salibi. Para o palestrante, digitalizar as empresas é fácil, entretanto, não funcionará se o comportamento e a maneira dos funcionários agirem seguirem a mesma.

 

Para haver mudanças, é preciso entender a cultura existente nas empresas, demandar tempo e mudar o sistema de reconhecimento dentro da companhia. “Uma cultura demora décadas para ser criada, então, para mudar requer tempo, não ocorre de um dia para o outro”, enfatizou. Para o autor, as empresas devem rever a forma de remuneração. “Os funcionários não podem mais ser remunerados pelos resultados e sim pelas ideias e inovações. E os resultados dessas ideias não são imediatos”, complementou.

 

A participação dos CEO’s, a adoção de novas práticas e rituais, uma comunicação eficiente, a desconstrução de silos e feudos, e trabalhar a razão e emoção integradas, também fazem parte de uma mudança cultural interna. Segundo Salibi, o cenário atual demanda uma cultura organizacional unida à cultura de resultados, colocando o cliente no centro. “Porém, o cliente tem um papel muito diferente do que vimos até agora. É preciso personalizar, entender e atender o cliente o tempo todo”, finalizou.

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