CONGREGARH 2023 debate o papel do RH, em meio a temas como diversidade de gênero, propósito e transformação nas organizações

O CONGREGARH seguiu com a sua programação de conteúdo nesta quinta-feira, 22, no palco principal do evento. Reflexões foram provocadas pelos primeiros quatro palestrantes desta tarde, que trouxeram dados, ideias e a análise de cenários para falar sobre temas como carreira feminina, busca por propósito e rebeldia com causa.

 

“A diversidade nas empresas é rentável e vai além de resultados econômicos”, afirma palestrante sobre a importância de promover carreiras femininas

“Carreira Feminina: atos que estão mudando os fatos”, foi o assunto da palestra comandada por Rose Russowski, psicóloga e mentora de carreira, e Kika Ricciardi, executiva na Ventiur Smart Capital, durante o CONGREGARH 2023. Ambas as palestrantes possuem um vasto currículo relacionado à gestão de carreiras e liderança e, além de compartilharem sua visão sobre o tema, trouxeram dados que comprovam que existe uma lacuna para que as mulheres atinjam o topo da pirâmide nos ambientes profissionais, mesmo quando bem preparadas, qualificadas e dedicadas em suas funções.

 

“A retenção de talentos se relaciona, sobretudo, com a capacidade de gerar perspectivas e desafios e, muitas vezes, não existe esse cenário nas empresas. Portanto, convido os RHs a pensarem sobre isso”, provocou Rose. Segundo Kika, com base em estudos, é afirmativo falar que a diversidade é rentável. “A presença de mulheres cria mais que resultados econômicos, mas um ambiente humanizado, promove colaboração, favorece inovação, a intermediação de conflitos e a integração de questões importantes na estratégia da empresa”, afirmou a palestrante.

 

Mas como é possível provocar as organizações a terem uma pirâmide mais equânime, com a valorização das carreiras femininas? De acordo com Rose, por meio de soluções sistêmicas. “O caminho passa por três vieses: a cultura organizacional, as práticas organizacionais, que são políticas e processos seletivos, e os comportamentos individuais, de mulheres, homens, do RH, dos pares. Quando as empresas conseguem olhar para isso de forma mais profunda, identificar as mudanças necessárias e traçar ações nesses três sentidos, elas estarão no caminho certo”, disse Rose. 

 

“O propósito do RH é liderar pessoas e organizações em prol do mundo”, defende Felipe Urbano

Felipe Urbano deu sequência com a palestra “Por Um Propósito Possível”. O consultor e líder de negócios da Wisnet Consulting deixou claro, já no início da sua fala, que apesar do título de sua apresentação e mesmo tendo realizado mestrado em filosofia para tentar entender o sentido da vida, descobriu que não há essa resposta, “pois somos nós que construímos”.

 

Muito ouvida nos ambientes corporativos, nem sempre a palavra “propósito” é valorizada como deveria, acredita o palestrante. “Propósito vende, por isso se fala tanto nisso. No entanto, acredito que quando pensamos no propósito dos profissionais de RH, este deve ser liderar pessoas e organizações em prol de um mundo melhor”, refletiu. Nesse sentido, ele entende que existem muitos paradoxos, questões por vezes contraditórias a serem consideradas, mas que devem ser conduzidas ao mesmo tempo.

 

Para ele, o RH se distancia do seu propósito quando vai para um lugar de colonizador da organização. Essa postura é prejudicial também por afastar a área das pessoas ou da própria organização.

 

O palestrante propôs três reflexões que podem auxiliar os profissionais de RH a buscarem o seu propósito na empresa: buscar entender que a essência dos recursos humanos é servir, encarar tudo com profundidade, abrindo espaço para a diversidade existir nos times e pensar em como é possível construir um senso de comunidade na organização.

 

Palestrante Clara Cecchini convida todos a serem “rebeldes com causa”

A palavra rebeldia pode gerar, para muitos, um sentimento de desconforto, no primeiro instante em que é ouvida. No entanto, Clara Cecchini mostrou que, quando somada a uma causa, ela pode ser extremamente importante. A palestrante convidou o público para refletir sobre “Rebeldia com causa: o impulso humano à transformação”, em sua palestra realizada na tarde desta quinta-feira, 22. A entusiasta de processos de inovação e design e coautora do livro Aprendiz Ágil: lifelong learning usou o tema para falar sobre o potencial das ações que visam mexer em estruturas a partir das pessoas que olham para pessoas (RHs). 

 

“A palavra rebeldia, para mim, tem a ver com assumir a autoria da própria vida, ser verdadeiro, correr risco, ter compromisso com a informação e saber chegar aonde se deseja. Acredito que precisamos ser mais rebeldes para mudar o que precisa ser mudado, questionar nossas próprias certezas em busca de transformações positivas”, explicou. 

 

Clara compartilhou dicas práticas para quem quer ser um rebelde com causa: repensar com humildade, ter curiosidade e ter empatia cognitiva e positiva. “Mas como conseguimos colocar essas três coisas em prática? Fazendo perguntas com interesse genuíno. Nos engajando na busca por propósito, pela justiça e pela verdade. Sabendo lidar com divergências e, acima de tudo, fazer tudo isso com bom humor. Sem bom humor construímos um ambiente de fanatismo e autoritarismo, o que é bem diferente do que queremos de uma liderança positiva”, finalizou.

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