CONGREGARH 2023 propõe debates sobre futuro regenerativo e prioridades estratégicas na Gestão de Pessoas

Momentos foram ministrados pelo futurista Carlos Piazza e pelo executivo Sandro Araújo

 

O CONGREGARH 2023, promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos Seccional Rio Grande do Sul (ABRH-RS), considerado o maior encontro do Sul e um dos principais do Brasil no segmento de gestão e pessoas, apresentou na manhã do primeiro dia de evento duas palestras sob o eixo conceitual “Desafios Contemporâneos”. Os responsáveis por ministrar as apresentações foram o futurista, escritor, TED Talker e palestrante, Carlos Piazza, e o executivo da Gartner, Sandro Araújo. O evento acontece até sexta-feira (23), no Centro de Eventos da PUCRS.

 

Piazza trouxe uma série de reflexões sobre o futuro que estamos construindo na palestra “Visão do futuro regenerativo”. Piazza iniciou abordando a mania que o ser humano tem de viver com a cabeça no passado e sobre como ainda trabalhamos de acordo com um o modelo Fordista. “Ao longo do tempo, viramos apenas uma mão de obra humana”, afirmou. Além disso, o futurista ressaltou sobre a velocidade que tudo está acontecendo e a eterna busca pelo lugar de cada um no mundo. “Fomos criados na educação de base para ser alguém na vida. O que precisamos fazer para entender que apenas precisamos ser nós mesmos?”, questionou, fazendo referência sobre como cada um vive nos dias de hoje. 

 

Ele ainda reforçou a teoria de que ainda vivemos em um modelo de trabalho Fordista. “Enquanto as empresas ainda estão na segunda Revolução Industrial, o mundo já está na quinta. É preciso repensar. O fordismo ainda é predominante nas organizações. Ainda temos o costume de ‘prender’ humanos como recurso”, afirmou, reforçando: “Temos que ver o melhor do humano e da máquina em funcionamento. Não posso mais colocar o humano como recurso. Precisamos nos livrar das demandas de máquinas que humanos ainda fazem e que acabam consumindo o talento dos indivíduos”.

 

A forma como é utilizado o talento humano também foi criticado pelo futurista. “Você só recebe aprendizado para ser alguém na vida. Sempre ser feliz é ter, e nunca ser”, ressaltou. “Por que sempre colocamos especialidades nas universidades? Por que não abrimos isso para criarmos escolas voltadas para estudar teologia e tecnologia como uma coisa só?”, perguntou Piazza. 

 

Ainda de acordo com ele, não temos visão de futuro porque adoramos o passado. “Trabalhar e viver é uma coisa só. E as pessoas dividem. Do ponto da psicologia, o indivíduo cria personas para dar conta de tudo. Somos avatares de nós mesmos”, disse. 

 

Piazza ainda abordou questões como propósito; ir em busca de um futuro regenerador; fazer ao invés de pensar; diversidade real nas empresas; e ESG como forma de fazer as empresas repensarem suas pautas. “A inteligência do futuro é o conflito. Confronto é entre pessoas, conflito é entre ideias. Isso faz com que as pessoas saiam da sua zona de conforto, algo que não gostam. A urgência do tempo nunca foi sua. Está indo em um flow que não é saudável para ninguém. A sua única obrigação, de verdade, é ser feliz”, finalizou.

 

Prioridades estratégicas na Gestão de Pessoas

Em seguida, o executivo da Gartner, Sandro Araújo apresentou uma pesquisa realizada pela consultoria especializada em desenvolver tecnologias relacionadas à necessidade de tomada de decisão. O estudo revelou dados sobre Gestão de Pessoas e elencou prioridades estratégicas na área de Recursos Humanos de empresas do mundo todo.

 

Para o executivo, as lideranças precisam deixar para trás o modelo de comando e controle e adotar o modelo de entrega. “Concordo quando se fala que ainda vivemos em um modelo de trabalho Fordista”, afirmou. Em seguida, Sandro mostrou que dados revelaram que entre as prioridades estratégicas das áreas de Recursos Humanos está o desenvolvimento das lideranças. “Temos que personalizar as estratégias de talentos para se adaptar com cada indivíduo. E o problema está na liderança média, que não recebe o apoio necessário para o seu desenvolvimento”, disse, citando que a pressão sobre os gestores é grande e impacta na eficácia do trabalho do mesmo.

 

O executivo também abordou sobre a eficiência dos chamados líderes conectores, bem como a fadiga da mudanças, a falta de carreiras atraentes dentro das organizações, a negligência por parte das empresas de momentos importantes para os indivíduos, sentimento de pertencimento, cultura organizacional e o desafio da transformação digital, mudança de cultura de liderança, planejamento de força de trabalho e a eficiência do modelo de trabalho híbrido.

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